Labirintite é uma desordem do ouvido interno. Ocorre quando algum dos nervos que levam informações ao cérebro sobre controle de equilíbrio e senso de espaço se inflamam e criam a condição chamada labirintite.
Outros nomes para a labirintite são: neurite vestibular, neurolabirintite ou vestibulopatia periférica aguda.
É comum que pessoas que tenham tontura digam que estão com “labirintite”, porém é preciso de cuidado com a distinção entre os termos, já que nem toda tontura é sinal de labirintite. Nem toda labirintopatia (doença do labirinto) designa a labirintite.
Antes de falar sobre a labirintite, vamos entender as estruturas labirinto e ouvido interno.
Labirinto e ouvido interno
O labirinto é a estrutura responsável pela função da audição e pelo equilíbrio do corpo. Ele é formado por duas partes. São elas:
- Cóclea: é a estrutura que converte vibrações sonoras em impulsos nervosos que vão até o cérebro. É imprescindível para a audição.
- Sistema vestibular: é uma complexa rede de canais semicirculares que mantém o equilíbrio e fornecem informações sobre a orientação espacial do corpo.
Outra informação relevante sobre a estruturação do labirinto é que seu interior possui líquido usado pelo cérebro para interpretar diferentes movimentos e se manter equilibrado.
Agora, a seguir, vamos descobrir mais sobre a labirintite!
Sintomas da labirintite
Os sintomas da labirintite começam rapidamente e podem se estender por até vários dias. Sintomas incluem:
- Tontura;
- Vertigem;
- Perda de equilíbrio;
- Náusea e vômito;
- Zumbido no ouvido;
- Dificuldade de focar o olhar.
Quais são as causas da labirintite?
A labirintite pode acometer pessoas de qualquer idade. Ela pode ser causada por vírus e bactérias. Na verdade, uma variedade de fatores pode causar a labirintite, incluindo:
- Infecções virais no ouvido interno;
- Viroses estomacais;
- Infecções bacterianas.
Fatores de risco para a labirintite são:
- Fumar;
- Beber muito álcool;
- Estresse.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da labirintite pode ser feito durante um exame físico. Em alguns casos, o diagnóstico não é óbvio, por isso, pode ser preciso outros exames que incluem avaliação a neurológica.
Esses exames são:
- Eletroencefalograma (EEG);
- Eletronistagmografia;
- Tomografia computadorizada da cabeça;
- Exames de audição (audiologia/audiometria);
- Ressonância magnética da cabeça.
Os sintomas da labirintite podem ser confundidos com sintomas de outras condições, como:
- Doença de Meniére;
- Enxaqueca;
- AVC;
- Hemorragia cerebral;
- Tumor cerebral.
Por isso é preciso de um bom especialista para fazer a discriminação entre as doenças. A doença de Meniére, por exemplo, é um distúrbio causado por ataque de vertigem recorrentes que dá uma sensação de giro e perda de audição flutuante. A Síndrome de Meniére não é o mesmo que labirintite, mas pode ser, na verdade, uma das causas.
Tratando a labirintite
Em alguns casos, a labirintite pode desaparecer por conta própria. Porém, em outros casos, pode ser necessário o uso de medicamentos e de um tratamento com acompanhamento de um profissional.
Os sintomas da labirintite podem ser aliviados por meio de medicamentos antihistamínicos, medicamentos que diminuem tontura e náusea, sedativos e corticóides.
Além disso, existem algumas técnicas que aliviam a vertigem. São elas:
- Evitar rápidas mudanças de posição ou movimentos bruscos;
- Ficar sentado parado durante uma crise de vertigem;
- Levantar-se devagar de uma posição sentado ou deitado;
- Evitar telas de computadores, celular e televisão durante a vertigem.
É possível também realizar a reabilitação do labirinto, uma terapia realizada em várias sessões para melhorar o desempenho de todo o sistema de equilíbrio. Esse tipo de reabilitação é muito indicado para pessoas idosas.
O otorrinolaringologista é o especialista que diagnostica a labirintite. Por isso, em caso de sintomas de labirintite, procure por esse médico. Para facilitar o diagnóstico, é importante dizer na consulta os sintomas e há quanto tempo apareceram e histórico médico.
Dra. Regina Stela Roland Ortega
Otorrinolaringologista
CRM/SP 33487 / RQE 8904