Hoje vamos falar sobre a síndrome de Ménière ou doença de Ménière, uma doença rara que atinge, em média, de 46 a 200 pessoas a cada 100 mil indivíduos (dados da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia).
A faixa etária está entre os 20 e 50 anos e as mulheres apresentam maior predisposição.
A doença, que na maioria das vezes afeta apenas um dos ouvidos, pode progredir e deixar sequelas no paciente, levando a perda auditiva.
A síndrome não tem cura, mas pode ser tratada. Saiba mais a seguir.
Síndrome de Ménière: entendendo o órgão do labirinto
O ouvido interno fica no osso atrás da orelha, também conhecido como mastoide. Nele existe o labirinto, onde na parte da frente fica a cóclea e na parte de trás ficam os canais semicirculares, as funções de equilíbrio e audição são interligadas..
Esses 3 canais semicirculares juntos são chamados de labirinto e é dentro do labirinto que fica a endolinfa.
A endolinfa, por sua vez, é um dos pontos mais importantes na síndrome de Ménière.
Isso porque, a endolinfa é um líquido que envolve as membranas e células neuronais, atuando como sensores de movimento.
E é esse sistema que nos ajuda a manter o equilíbrio.
A causa da síndrome de Ménière
Acredita-se que a síndrome de Ménière é causada pelo excesso desse líquido que envolve as membranas e células neuronais.
É uma espécie de retenção líquida dentro do labirinto, onde o excesso de endolinfa entope esse canal causando tontura.
Quer dizer que o aumento da produção de endolinfa, assim como a sua falta de drenagem, podem ser as principais causas da síndrome!
Mas por que estaríamos sujeitos a alterações na endolinfa? Veja alguns motivos:
- Alergias;
- Problemas metabólicos;
- Imunidade baixa e doenças autoimunes;
- Infecções;
- Má alimentação;
- Estresse;
- Ciclo menstrual;
- Cigarro;
- Alterações na dieta.
Vale ressaltar que não estamos nem perto de entender o que realmente causaria a doença, cientistas estudam atualmente a hipótese de mecanismo vascular. No entanto, ainda trata-se de especulação e não temos nenhum resultado divulgado.
Sintomas da síndrome de Ménière
Crises de Ménière se iniciam com a sensação de ouvidos entupidos, como se estivessem cheios de água.
Além do estranhamento no ouvido, o paciente começa a sentir tontura, com a sensação de que o ambiente está girando, o que chamamos de vertigem.
Contudo, alguns sons podem ser irritantes e desconfortáveis.
Essas sensações podem durar alguns minutos ou até mesmo horas.
Dessa forma, a síndrome de Ménière afeta a qualidade de vida do paciente, que muitas vezes passa pelas crises e fica sem saber o que tem.
Alguns só buscam ajuda profissional após perceberem perda auditiva agravada, uma sequela das crises no decorrer dos anos.
Como se chega ao diagnóstico da síndrome de Ménière
O diagnóstico se baseia, principalmente, na história do paciente e características da crise. Além de exames como a audiometria e eletrococleografia, que apresentam alterações mais sugestivas dessa doença e direcionam mais o diagnóstico, descartando outras doenças que podem ou não estar associadas à síndrome, como a labirintite e a perda auditiva.
Outra medida é a análise sanguínea que visa analisar agentes metabólicos já identificados em antecedentes.
Vale lembrar que quanto antes for feito o diagnóstico, mais chances o paciente tem de interromper a progressão da doença, assim como seus danos.
Famosos que foram diagnosticados com síndrome de Ménière
No final de 2020, a cantora britânica Jessie J assumiu publicamente o seu diagnóstico da síndrome de Ménière e interrompeu projetos para se tratar.
No Brasil, Padre Fábio de Melo e Mariana Rios também já falaram abertamente sobre a doença.
Como prevenir a síndrome de Ménière?
Sal, álcool e cafeína são grandes potencializadores das crises, portanto evitar o abuso dessas substâncias é o primeiro passo.
Além disso, é recomendado o consumo abundante de água, além de evitar o jejum prolongado.
Tratando a síndrome de Ménière
A doença não tem cura, mas pode ser tratada e seus efeitos amenizados por meio do uso de diuréticos entre outros medicamentos de controle, além de seguir uma dieta sem cafeína, álcool e com redução de sal.
Inclusive, a fisioterapia na região da orelha é recomendada!
Existe também a opção de realizar a cirurgia, que é um último recurso para resolver o problema, mas tem como principal objetivo o alívio da tontura e frequência de crises, não sendo efetiva para restaurar perdas auditivas já instaladas..
Agora que você já conhece um pouco mais sobre a síndrome de Ménière, fique atento aos sintomas da doença. Ao apresentar algum deles procure ajuda de um otorrinolaringologista de sua confiança. Se cuide!