O atraso na fala em crianças é uma preocupação comum para muitos pais, especialmente quando a criança não está alcançando os marcos de desenvolvimento da linguagem esperados para sua idade.

A fala é uma habilidade fundamental para a comunicação e o aprendizado, sendo uma das principais formas de interação social.

Portanto, é essencial que os pais estejam atentos aos sinais de que o desenvolvimento da fala da criança pode não estar seguindo o ritmo esperado.

Desse modo, vamos discutir quando o atraso na fala em crianças se torna uma preocupação e como a intervenção precoce pode ajudar.

Quando é considerado atraso na fala?

Em termos gerais, o desenvolvimento da fala infantil segue marcos bem definidos que indicam a progressão natural da linguagem.

Por exemplo, aos 12 meses, a maioria das crianças começa a balbuciar ou pronunciar algumas palavras simples, como “mamãe” e “papai”.

Aos 18 meses, espera-se que a criança tenha um vocabulário de cerca de 20 palavras e, aos 2 anos, um vocabulário de aproximadamente 50 palavras.

Esse desenvolvimento culmina com a construção de frases simples e o início de uma “explosão linguística”, que geralmente ocorre por volta dos 2 anos e meio. Contudo, o atraso na fala pode se manifestar de diferentes formas.

Se uma criança de 2 anos não consegue formar frases simples ou utiliza gestos para se comunicar, isso pode ser um sinal de que algo não está se desenvolvendo conforme esperado.

Além disso, se a criança não consegue pronunciar palavras claras até os 3 anos, é um sinal de que o atraso na fala pode ser mais pronunciado, e a busca por orientação profissional se torna necessária.

Causas do atraso na fala

O atraso na fala pode ser causado por uma série de fatores, desde condições genéticas até influências ambientais. Desse modo, alguns dos fatores mais comuns incluem:

Problemas auditivos

Muitas vezes, as dificuldades auditivas não detectadas podem prejudicar o desenvolvimento da fala.

Crianças com perda auditiva podem ter dificuldades em ouvir e, consequentemente, em imitar os sons necessários para formar palavras.

Fatores genéticos

O histórico familiar pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento da fala.

Se pais ou outros familiares tiveram dificuldades com a fala, isso pode indicar uma predisposição genética para problemas de linguagem.

Transtorno do Espectro Autista (TEA)

O atraso na fala também pode ser um dos sinais de TEA.

Crianças no espectro autista frequentemente apresentam dificuldades de comunicação, incluindo atrasos no desenvolvimento da fala.

Transtornos neurológicos ou cognitivos

Além disso, em alguns casos, o atraso na fala pode ser um sintoma de transtornos cognitivos ou neurológicos, que afetam as capacidades de processamento da linguagem da criança.

Ambiente

A falta de estímulo adequado para a fala e a linguagem também pode contribuir para o atraso.

Crianças que não têm muitas oportunidades de interagir verbalmente com os pais ou outros adultos podem demorar mais para desenvolver essas habilidades.

Leia também: Infecções de ouvido podem prejudicar o desenvolvimento da fala em crianças!

Quando buscar ajuda profissional?

O desenvolvimento da fala pode variar de criança para criança, mas existem sinais que podem indicar que o atraso é mais do que uma variação normal.

Se você observar qualquer um dos seguintes sinais, é importante procurar a ajuda de um fonoaudiólogo especializado:

• Com 12 meses: se a criança não balbucia ou não tenta imitar sons.
• Com 18 meses: se a criança não utiliza pelo menos 20 palavras e não responde a comandos simples.
• Com 2 anos: se a criança não começa a formar frases curtas ou não tem um vocabulário de pelo menos 50 palavras.
• Com 3 anos: se a criança ainda não consegue se fazer entender ou não tem uma fala inteligível.
• Se a criança tem dificuldade em entender ou seguir instruções simples.
• Se há dificuldades auditivas ou problemas de compreensão.

O otorrinolaringologista é o profissional indicado para fazer a avaliação e oferecer o diagnóstico e em várias situações há a necessidade de avaliação com fonoaudiólogo para uma melhor compreensão do quadro e direcionar os cuidados terapêuticos.

O tratamento precoce é essencial, pois o desenvolvimento da linguagem nesta fase é fundamental para a aprendizagem e a socialização.

Dessa forma, quanto mais cedo iniciarmos o tratamento, melhores serão as chances de a criança superar as dificuldades e alcançar os marcos de desenvolvimento esperados.

Apraxia de fala: quando o atraso na fala é mais grave

Em alguns casos, um distúrbio chamado Apraxia de Fala na Infância pode causar o atraso na fala.

A Apraxia é um distúrbio motor da fala, onde a criança tem dificuldades em coordenar os movimentos necessários para produzir os sons corretamente.

Ou seja, isso ocorre devido a um problema na comunicação entre o cérebro e os músculos que controlam a fala.

A intervenção especializada, incluindo terapia fonoaudiológica intensiva, pode tratar a Apraxia de Fala.

É importante que os pais procurem um especialista o mais cedo possível, para que a criança receba o apoio necessário para desenvolver a fala de forma eficaz.

O papel do fonoaudiólogo no tratamento do atraso na fala

O fonoaudiólogo é o profissional que irá avaliar a criança e propor um plano de intervenção específico.

O tratamento pode envolver exercícios de fonoterapia para melhorar a articulação, a compreensão e a expressão verbal.

Além disso, o fonoaudiólogo também irá trabalhar com os pais, oferecendo estratégias e atividades que podem ser realizadas em casa para estimular a fala e a linguagem.

Além disso, em alguns casos, o fonoaudiólogo pode recomendar a colaboração com outros profissionais, como psicopedagogos, psicólogos ou terapeutas ocupacionais, para garantir uma abordagem completa no tratamento.

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O atraso na fala em crianças pode ser preocupante, mas com a identificação precoce e a intervenção adequada, a maioria das crianças pode superar essas dificuldades e alcançar o desenvolvimento esperado.

Caso suspeite que seu filho está enfrentando um atraso na fala, é essencial buscar orientação profissional quanto antes.

Com o apoio de um otorrino e outras intervenções apropriadas, é possível ajudar a criança a se comunicar de forma eficaz, promovendo seu aprendizado e bem-estar.

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