O uso do cigarro eletrônico tem crescido rapidamente, especialmente entre jovens e adultos que acreditam ser uma alternativa mais segura ao cigarro tradicional.
No entanto, pesquisas recentes mostram que essa percepção não corresponde à realidade.
Embora o vapor produzido pareça inofensivo, ele contém substâncias químicas que podem prejudicar a saúde respiratória, causar inflamações crônicas e aumentar o risco de problemas graves. Entre eles, o câncer de garganta.
Neste artigo, você vai entender como o cigarro eletrônico funciona, de que maneira ele impacta a garganta e quais evidências apontam sua relação com doenças graves, inclusive o câncer. Continue a leitura!
Como o cigarro eletrônico funciona?
Ao contrário do cigarro comum, que queima o tabaco, o cigarro eletrônico aquece um líquido conhecido como e-liquid, composto por nicotina, propilenoglicol, glicerina vegetal, aromatizantes e diversas substâncias químicas.
O aquecimento desse líquido produz um aerossol (muitas vezes chamado de “vapor”) que é inalado pelos usuários.
Esse vapor contém partículas ultrafinas que chegam facilmente às vias aéreas superiores, garganta e pulmões.
Embora o cigarro eletrônico não produza fumaça, ele libera compostos que podem irritar e lesionar os tecidos da região da faringe e laringe, aumentando o risco de doenças respiratórias e inflamatórias.
Cigarro eletrônico pode causar câncer de garganta?
O termo “câncer de garganta” engloba tumores que se desenvolvem na faringe e na laringe.
Estudos mostram que a exposição contínua a substâncias irritantes e cancerígenas está entre os principais fatores para esse tipo de câncer; e é justamente isso que preocupa os especialistas em relação ao cigarro eletrônico.
Embora as pesquisas sejam recentes, há evidências crescentes de que o vape pode contribuir para o desenvolvimento de tumores devido a três fatores principais:
1. Presença de substâncias cancerígenas
Diversos estudos detectaram substâncias carcinogênicas no vapor do cigarro eletrônico, como formaldeído, acroleína, nitrosaminas e metais pesados (níquel, cromo e chumbo).
Essas substâncias podem causar danos ao DNA das células da garganta ao longo do tempo, favorecendo o surgimento de tumores.
2. Inflamação crônica
O vapor do cigarro eletrônico causa irritação e inflamação persistente nos tecidos da garganta. A inflamação crônica é um dos principais gatilhos para mutações celulares, podendo aumentar o risco de câncer.
3. Nicotina e dependência
Mesmo nos dispositivos que dizem conter “baixa nicotina”, a substância continua presente e está associada ao aumento de estresse oxidativo, processo que também contribui para a formação de células cancerígenas.
Apesar de ainda não ser possível afirmar que o cigarro eletrônico causa câncer de garganta com a mesma força das evidências do cigarro tradicional, os estudos atuais já apontam que ele pode aumentar significativamente o risco, especialmente entre usuários frequentes e de longa duração.
Outros danos do cigarro eletrônico à garganta
Mesmo antes de pensar em câncer, o cigarro eletrônico já é responsável por diversos problemas na garganta, incluindo:
- irritação constante e sensação de “arranhado”;
- tosse seca persistente;
- rouquidão e fadiga vocal;
- dor na garganta ao engolir;
- episódios de inflamação crônica na laringe (laringite);
- comprometimento das cordas vocais.
Em alguns casos, o uso prolongado pode causar alterações celulares que precedem o câncer, como hiperplasia, metaplasia escamosa e lesões pré-malignas.
Jovens são o grupo mais vulnerável
Um dos aspectos mais alarmantes sobre o cigarro eletrônico é sua popularidade entre adolescentes e jovens adultos.
Aromas doces, facilidade de acesso e a falsa sensação de segurança fazem com que o vape se torne especialmente atrativo para essa faixa etária.
O problema é que, quanto mais cedo o contato com substâncias irritantes, maior o risco de desenvolver danos permanentes nas vias aéreas e de evoluir para dependência de nicotina, que também aumenta o risco de câncer.
Além disso, adolescentes apresentam mucosa mais sensível, facilitando irritações, inflamação e alterações celulares.
O cigarro eletrônico é mais seguro que o cigarro comum?
Não. Embora o cigarro tradicional seja comprovadamente mais cancerígeno, isso não torna o cigarro eletrônico uma opção segura.
As duas formas de consumo apresentam riscos reais. O cigarro tradicional está associado ao câncer de pulmão e garganta há décadas, mas o vape, apesar de mais recente, já demonstrou causar danos semelhantes, ainda que por vias diferentes.
A diferença é que os impactos do cigarro eletrônico estão apenas começando a ser estudados, o que significa que os riscos podem ser ainda maiores do que os identificados até agora.
Quando procurar um especialista?
Sinais que devem ser avaliados por um otorrinolaringologista:
- rouquidão persistente por mais de duas semanas;
- dor de garganta constante;
- dificuldade para engolir;
- sensação de algo preso na garganta;
- tosse com sangue;
- aumento de ínguas no pescoço.
Quanto antes ocorre a avaliação, maiores são as chances de tratamento eficaz, caso exista alguma alteração preocupante.
Conclusão
O cigarro eletrônico pode sim contribuir para o desenvolvimento de câncer de garganta, embora os estudos ainda estejam em expansão.
A presença de substâncias irritantes, carcinogênicas e metais pesados, aliada à inflamação crônica que o vape causa na mucosa da garganta, eleva significativamente os riscos para quem utiliza o dispositivo.
Se você usa cigarro eletrônico ou convive com alguém que utiliza, entender esses riscos é o primeiro passo para proteger a saúde.
Caso surjam sintomas persistentes, é fundamental procurar avaliação especializada. Saiba mais!
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RT: Dra Regina Stela Roland Ortega Otorrinolaringologista CRM/SP 33487 – RQE 8904