O uso de descongestionante nasal é muito comum, especialmente em períodos de crise alérgica, resfriados ou sinusite.
Eles aliviam rapidamente a congestão, permitindo respirar melhor em poucos minutos.
No entanto, o uso frequente e sem orientação médica pode trazer riscos sérios, levando a um quadro conhecido como rinite medicamentosa.
Neste artigo, você vai entender os perigos do uso prolongado, porque o vício em descongestionantes ocorre e quais alternativas seguras podem ser adotadas para tratar a congestão nasal.
Como funcionam os descongestionantes nasais?
Os descongestionantes nasais, em forma de sprays ou gotas, atuam provocando a vasoconstrição dos vasos sanguíneos presentes na mucosa nasal.
Isso reduz o inchaço, melhora a passagem de ar e traz alívio imediato da obstrução. No entanto, essa melhora dura poucas horas.
Quando o efeito passa, a mucosa tende a inchar novamente, o que leva o paciente a reaplicar o medicamento.
Esse ciclo de alívio seguido de piora é o que aumenta o risco de dependência.
Por que o uso prolongado causa vício?
O uso contínuo de descongestionantes (mais de 5 a 7 dias) provoca uma adaptação do organismo.
Os receptores da mucosa nasal ficam menos sensíveis ao medicamento, exigindo doses mais frequentes ou maiores para manter o mesmo efeito.
Esse fenômeno é chamado de efeito rebote: quando o remédio passa a piorar a congestão nasal em vez de melhorar.
O paciente, então, aumenta a frequência de uso e entra em um ciclo vicioso de dependência.
Leia também: Rinite medicamentosa pode ser causada por descongestionantes nasais
Quais os riscos do uso excessivo?
O abuso de descongestionante nasal não afeta apenas o nariz, mas também pode trazer consequências sistêmicas. Entre os principais riscos estão:
- Rinite medicamentosa: inflamação crônica da mucosa nasal causada pelo uso contínuo.
- Danos à mucosa nasal: ressecamento, irritação, feridas e até sangramentos frequentes.
- Perda de eficácia do medicamento: necessidade de doses cada vez maiores.
- Aumento da pressão arterial: risco para pacientes hipertensos.
- Taquicardia e arritmias: devido ao efeito vasoconstritor sistêmico.
- Dependência psicológica: muitos pacientes acreditam que não conseguem respirar sem o medicamento.
Quando desconfiar do vício em descongestionante nasal?
É importante observar alguns sinais de alerta:
- Uso diário por mais de 7 dias seguidos.
- Sensação de que o nariz entope logo após o efeito passar.
- Dificuldade para dormir sem usar o spray nasal.
- Uso de frascos inteiros em poucos dias.
Se esses sinais estão presentes, é hora de buscar ajuda médica para interromper o ciclo.
Alternativas seguras para aliviar a congestão
Felizmente, existem opções de tratamento seguras e eficazes para quem sofre de obstrução nasal recorrente:
- Solução salina (soro fisiológico): hidrata e limpa as vias nasais sem efeitos colaterais.
- Corticoides tópicos nasais: reduzem a inflamação de forma segura quando usados sob prescrição.
- Tratamento das causas: rinite alérgica, sinusite crônica ou desvio de septo podem estar por trás da congestão persistente.
- Vacina antialérgica (imunoterapia): indicada para pacientes com rinite alérgica, ajuda a reduzir os sintomas em até 70% e pode diminuir a necessidade de medicamentos.
Leia: Descubra as principais vacinas utilizadas na imunoterapia contra alergias respiratórias
Como parar de usar descongestionante nasal?
A retirada deve ser feita de forma gradual e sempre com orientação médica. Em alguns casos, o especialista pode indicar:
- Uso alternado com solução salina;
- Introdução de corticoides nasais;
- Redução progressiva da dose;
- Acompanhamento com o médico otorrinolaringologista.
O processo exige paciência, mas em poucas semanas é possível recuperar a função normal da mucosa nasal.
Conclusão
O descongestionante nasal é um aliado em momentos de crise, mas seu uso deve ser limitado a poucos dias.
O consumo prolongado leva a dependência, agrava a congestão e pode causar sérios danos à saúde.
Se a congestão nasal é frequente e persistente, o ideal é procurar um otorrinolaringologista para investigar a causa e indicar o tratamento mais adequado.
Apostar em medidas seguras, como soluções salinas, corticoides tópicos e até imunoterapia, pode trazer resultados duradouros e devolver qualidade de vida. Saiba mais!
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RT: Dra Regina Stela Roland Ortega Otorrinolaringologista CRM/SP 33487 – RQE 8904