A respiração é uma função essencial do nosso corpo, necessária para a oxigenação adequada dos órgãos e tecidos.

No entanto, muitas vezes não nos damos conta de como estamos respirando e qual a forma mais correta de respirar.

Então, surge então a dúvida: é melhor respirar pelo nariz ou pela boca? É isso que você vai ver neste artigo da série ‘Otorrino em Ação’!

Afinal, é melhor respirar pelo nariz ou pela boca?

Essa é uma questão frequentemente abordada pelos otorrinolaringologistas – especialistas que lidam com as doenças relacionadas ao nariz, garganta e ouvidos. 

Contudo, antes de explorarmos essa questão, é importante entender as funções e características distintas do nariz e da boca quando se trata de respiração.

O nariz é uma estrutura sofisticada, projetada especificamente para filtrar, umidificar e aquecer o ar que entra em nossas vias respiratórias. Ele contém pelos finos, chamados de cílios, que atuam como uma espécie de filtro, capturando e impedindo a entrada para o nosso organismo de partículas indesejáveis presentes no ar, como poeira, pólen e bactérias. 

Além disso, o nariz possui pequenas estruturas chamadas cornetos, que ajudam a aumentar a superfície de contato entre o ar e as mucosas nasais, condicionando melhor o ar e facilitando a troca gasosa, permitindo uma absorção mais eficiente do oxigênio.

Por outro lado, a boca é um orifício maior e menos especializado para a respiração. Quando respiramos pela boca, o ar não passa pelos mesmos processos de filtragem, umidificação e aquecimento que ocorrem no nariz. Isso significa que o ar entra diretamente nas vias aéreas, sem a proteção oferecida pelas estruturas nasais.

Sendo assim, podemos entender que respirar pelo nariz é a melhor opção, científico e medicamente falando.

Qual é a diferença entre a respiração nasal e pela boca?

A respiração nasal oferece algumas vantagens significativas em relação à respiração pela boca, e isso não é opinião exclusiva do otorrino! Ao respirar pelo nariz, o ar é filtrado, o que ajuda a reduzir a quantidade de partículas nocivas que podem entrar no sistema respiratório. 

Além disso, o nariz umidifica o ar, evitando que as vias aéreas fiquem secas. Isso é especialmente importante em climas mais secos ou durante a exposição ao ar condicionado, onde a umidade pode ser reduzida. O aquecimento do ar também ocorre no nariz, tornando-o mais confortável para os pulmões.

Estudos científicos mostram que a respiração nasal aumenta a produção de óxido nítrico, enquanto a respiração pela boca diminui essa produção. Ele é um gás naturalmente produzido pelo nosso corpo, que tem propriedades antimicrobianas e anti-inflamatórias, ajudando a combater infecções e manter as vias respiratórias saudáveis. 

Além dos benefícios físicos, a respiração nasal também desempenha um papel importante na fisiologia da respiração. Durante a inspiração pelo nariz, por exemplo, ocorre uma ativação do diafragma, o principal músculo respiratório. Isso facilita uma respiração mais profunda e eficiente, permitindo uma melhor troca de gases nos pulmões.

Há situações em que a respiração pela boca é indicada?

Sim, existem situações em que a respiração pela boca pode ser necessária ou preferível como, por exemplo, durante atividades físicas intensas, como exercícios aeróbicos vigorosos ou corridas, em que é comum a pessoa respirar pela boca para suprir o aumento da demanda de oxigênio. Nesses casos, a respiração pela boca permite uma entrada de ar mais rápida e em maior quantidade – auxiliando no desempenho e evitando a sensação de falta de ar.

Outra situação em que a respiração pela boca pode ser necessária é quando há obstrução nasal. Algumas condições, como alergias, sinusite ou desvio de septo nasal, podem dificultar a passagem de ar pelo nariz e, nesses casos, respirar pela boca torna-se uma alternativa para garantir um ritmo adequado de respiração.

É importante ressaltar que a respiração pela boca em situações pontuais não causa problemas significativos. No entanto, quando se torna um hábito crônico, respirar pela boca pode levar a uma série de complicações para a saúde.

Quais são os malefícios da respiração pela boca a longo prazo?

A respiração crônica pela boca pode levar ao ressecamento das vias aéreas, o que aumenta o risco de infecções respiratórias, irritações e inflamações na garganta e nos pulmões.

Além disso, a falta de filtragem adequada do ar pode resultar em uma maior exposição a alérgenos e irritantes, desencadeando crises de alergias e piorando os sintomas em indivíduos predispostos.

Em crianças a situação é ainda mais agravante, pois a respiração crônica pela boca pode ter consequências no desenvolvimento facial e dentário.

A boca, quando aberta constantemente, pode levar a alterações na posição dos dentes e no crescimento dos ossos da face, afetando até mesmo a fala nos piores casos. Portanto, é essencial identificar e tratar precocemente problemas respiratórios nas crianças, de modo a prevenir complicações futuras.

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Em resumo, para uma saúde respiratória ideal, é melhor respirar pelo nariz na maioria das vezes. A respiração nasal oferece uma série de benefícios, desde a filtragem e umidificação do ar até a produção de óxido nítrico e uma melhor função pulmonar. 

No entanto, é importante estar ciente de que existem situações em que a respiração pela boca pode ser necessária, como durante atividades físicas intensas ou em casos de obstrução nasal.

Em qualquer caso, é fundamental buscar orientação de um médico otorrino para garantir uma respiração saudável e adequada às suas necessidades individuais.

A Clínica Regina Ortega conta com profissionais especialistas para tratar as doenças respiratórias durante o outono e inverno.

Caso você ou alguém do seu convívio esteja com problemas respiratórios e precise de uma consulta profissional, basta fazer um agendamento aqui. Compartilhe esse texto com as pessoas próximas para alertar sobre a respiração bucal!